Crónica: 22 de Agosto Nazaré

Luís Rouxinol


João Moura Jr.

Andrés Romero
Forcados Amadores de Montemor

Forcados Amadores Caldas da Rainha


 Rouxinol arrimou-se, Moura Jr esteve a gosto, Romero criou expectativas.

Noite tranquila para a forcadagem, num curro de toiros algo mansos.

Reportagem de Bruno Paparrola*   (Quiebros e Chicuelinas)

Fotos:Joaquim José Paparrola (Quiebros e Chicuelinas)

A Praça de Toiros do Sítio da Nazaré), recebeu na noite do passado sábado dia 22 de Agosto, a 1ª Corrida de Toiros da temporada 2020. É de louvar a iniciativa da parte da empresa Doses de Bravura e Rui Bento Vasques, que apesar da conjuntura atual devido à pandemia Covid-19, ter levado a efeito a corrida de toiros com menos e 1/3 da lotação da agora denominada Arena da Nazaré. Do cartel fizeram parte os cavaleiros: Luís Rouxinol, João Moura Jr. e o rejoneador espanhol Andrés Romero, pegaram seis toiros da ganadaria Ascenção Vaz, os grupos de forcados Amadores de Montemor e Caldas da Rainha. Sem cortesias, sem voltas à arena, a corrida deu-se em bom ritmo o que é de realçar e que pode no futuro, ser benéfico para o futuro da Festa de Toiros em Portugal, de maneira a que os espetáculos não se tornem monótonos e possa haver por parte de outras pessoas que não sendo aficionadas, terem a curiosidade de se deslocarem às praças de toiros para acompanhar uma corrida de toiros e saírem de lá com vontade de voltar um dia mais tarde.

Luís Rouxinol teve de se arrimar.

Abriu praça o cavaleiro de Pegões (Montijo), Luís Rouxinol, que teve por diante um toiro que acusou na balança da arena nazarena 470 quilos de peso. Uma lide em que o cavaleiro teve de se arrimar para dar a volta a um toiro manso de perdido, que desde cedo procurou refúgio nas tábuas, tendo Rouxinol na fase de curtos, montado no cavalo de nome “Girassol”, que andar sempre ligado ao oponente pisando terrenos de compromisso para deixar a ferragem da ordem. No seu segundo toiro, a atuação subiu alguns patamares de qualidade em relação à sua primeira lide, tendo um toiro por diante que colaborou mais que o seu primeiro aproveitando a capacidade lidadora do cavalo “Douro”, para deixar com qualidade ferros de mérito.

Moura JR, esteve a gosto com o seu “Hostil”.

A segunda lide da noite esteve a cargo do cavaleiro João Moura Jr., que se mostrou a gosto e em bom plano perante um exemplar que acudia ao cite do cavaleiro permitindo ao rapaz de Monforte que pudesse explanar o seu toureio de ligação para depois de frente com ligeira batida ao píton contrário, cravar bandarilhas com o toiro a “vir cá a cima”, dando mais impacto ao momento da sorte do filho do consagrado cavaleiro João Moura. No seu segundo, lidou um toiro, mais uma vez manso, que não se empregou na luta tendo Moura Jr., muitas vezes de o tirar das tábuas aproveitando a elasticidade do seu cavalo, para tentar colocar o toiro em sorte para partir para o momento do ferro. Na fase final da sua actuação sacou o “Hostil”, o seu grande cavalo, craque, que fez furor na temporada 2019 com a célebre sorte chamada de Mourina, com o cavaleiro a citar de costas o toiro, para depois, no momento da investida rodar o píton para cavaleiro deixar as bandarilhas. Foi o que aconteceu nessa parte final da lide, o toiro completamente fechado em tábuas e Moura Jr. e o “Hostil”, a irem até limite dos terrenos de compromisso e forma de sesgada, e a receber a investida do toiro ao estribo para de alto a baixo cravar o melhor ferro da noite que pôs o público que esgotou os lugares possíveis no tauródromo, em autêntico alvoroço.

Faltou toiro a Andrés Romero.

A terceira lide da noite esteve a cargo do rejoneador espanhol Andrés Romero, que teve pela frente um toiro também nada fácil e que não facilitou o labor do espanhol de Huelva, tendo de mostrar capacidade lidadora para dar a volta a mais um toiro que não mostrava qualquer tipo de bravura no momento de acudir ao cite do rejoneador. Lide diversificada de Andrés Romero e possível, perante as características do toiro que tinha por diante, anotando a ferragem da ordem com correcção. No seu segundo, tendo executado o toiro cambiado, mas o toiro a não mostrar qualquer tipo de disponibilidade, para que se consumasse esse tipo de sorte, se bem que em dois momentos Andrés Romero conseguiu apontar ferros de qualidade, destacando-se em dois, montado no cavalo de nome “Guajiro”, que foram os melhores que cravou na noite nazarena.

Forcadagem cumpriu a preceito.

No que diz respeito à forcadagem, o grupo de Montemor consumou duas pegas à primeira tentativa e uma à terceira, pelo grupo das Caldas da Rainha, uma pega primeira, segunda e terceiras tentativas correspondentes. O curro de toiros da ganadaria Ascenção Vaz, lidado nesta corrida de toiros, não deu quaisquer tipas de possibilidades aos cavaleiros, para que pudessem expressar o seu toureio que levam dentro da melhor forma, mostrando-se completamente mansos e sem investirem, para dar mais emoção ao espetáculo. Com fotografias de Joaquim José Paparrola.

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