Entrevista ao aficionado nazareno João José Remigio Carvalho "Maestro".

João José Remigio Carvalho falou em exclusivo ao blog tauromáquico Quiebros e Chicuelinas.
O blog tauromáquico Quiebros e Chicuelinas esteve à conversa na passada quinta feira dia 25 de Julho, com o grande aficionado nazareno João José Remigío Carvalho de 68 anos nascido e criado no Sitio da Nazaré (Nazaré) conhecido como "Maestro" devido ao facto de estar sempre a acenar com a mão qual Maestro de Banda, um aficionado de grande carisma na tauromaquia nacional.
João José Remigio Carvalho recebeu-nos muito bem na sua mini-tertúlia num final de tarde bem passada falando-se um pouco de si e da sua aficíon.

Desde já um muito obrigado ao Senhor João José Remigio Carvalho pelo tempo disponibilizado.

Entrevista: Bruno Paparrola.

Fotos: Bruno Paparrola e D.R

Quiebros e Chicuelinas - Desde quando o seu gosto pela Arte Tauromáquica?

João José Remigío Carvalho - Desde muito pequeno praticamente, desde muito novo que vou aos Toiros (corridas de toiros), sempre gostei das corridas de toiros.

Q.C. - Que diferença encontra na tauromaquia de antigamente e agora da actual?

J.J.R.C. - No meu entender antigamente o toiro era muito diferente daquilo que é agora, penso que agora qualquer cavaleiro que toureie um toiro de agora já não tem a mesma emoção que antigamente, hoje só se realizam corrida de toiros à portuguesa já não se vê uma corrida mista eu que adoro ver corrida mistas.
A Nazaré teve sempre corridas mistas, todos os anos pelo menos nas Festas em Honra de Nossa Senhora da Nazaré em Setembro, não sei porque não se realizam mais corridas mistas na Nazaré, até agora no Feriado de Nossa Senhora da Nazaré no dia 8 de Setembro deixaram de realizar corridas de toiros ou é a 7 ou a 9, o dia 8 de Setembro devia estar "reservado" para a realização de uma corrida de toiros que era a Corrida do Pescador.

Q.C. - Recorde-nos momentos destes seus muitos anos como aficionado.

J.J.R.C. - Tenho bons momentos e maus momentos altos e baixos, recordo o meu grande amigo Victor Mendes quando se despediu eu e a minha esposa oferecemos-lhe uma prenda, um cachené (lenço de cabeça), fomos às Caldas da Rainha na sua despedida como matador de toiros atirei-lhe o cachené e disse:
"para colocares lá no teu museu", ainda no toureio apeado com o Luís Vital "Procuna" um grande amigalhaço meu, tenho grandes momentos da minha vida enquanto aficionado com a familía Ribeiro Telles não tirando méritos aos outros cavaleiros com quem convivi.
Gosto de todos os cavaleiros como por exemplo: Manuel Jorge de Oliveira, Marco José, Joaquim Bastinhas  Duarte Pinto, enfim essa também nova geração de cavaleiros, ainda no meu tempo Luís Miguel da Veiga, José Mestre Batista, João Branco Núncio e José João Zoio.

Q.C. - Ao longo destes anos como aficionado, quais as suas maiores referências no toureio?

J.J.R.C.- No meu tempo era o David Ribeiro Telles, Manuel Conde, João Branco Núncio, D.Francisco de Mascarenhas, Manuel Jorge Oliveira, apareceu aqui (Nazaré) um cavaleiro francês de nome Luc Jalabert que teve boas corridas, era um senhor a cavalo não havia dúvidas.
Estas novas dinastias do toureio estão a andar para a frente a "dar cartas", acho muito bem quem tem qualidade e categoria deve andar para a frente, e pronto sempre que puder vejo corridas de toiros que é o que tenho mais "dentro de mim", isto de gostar de corridas de toiros parece nascer connosco.

Q.C. - O que pensa da aficíon nazarena?

J.J.R.C. - A aficíon na Nazaré está muito triste para mim, temos poucos aficionados aqui na Nazaré antigamente o pessoal todo encontrava-se para ir ver uma corrida de toiros no dia 8 de Setembro (dia de Nossa Senhora da Nazaré), muita malta da praia (Nazaré) vinha ao Sitío da Nazaré ver uma corrida de toiros, contam-se pelos dedos são "meia dúzia" de aficionados que vão às corridas de toiros.
Actualmente há muito pouca malta nova a ir aos Toiros (corridas de toiros), apareceram isto das discotecas e pensam :" vou agora dar 20 ou 25 euros para ir ver uma corrida de toiros".

Q.C. - Uma mensagem para a afición.

J.J.R.C. -  Apoiem a nossa festa para não se deixar que caia porque é a coisa mais bonita que há é Tauromaquia, e as pessoas que dizem que não gostam eu também digo que à concertos de músicas que não gosto e não vou. Vi agora uma reportagem sobre as corridas de toiros em Viana do Castelo, deixem a Festa dos Toiros descansada quem gosta gosta quem não gosta não vá.
Esta festa já está enraizada desde que eu nasci à 60, 1000 anos ou sei lá quantos anos isto tem, isto dá de comer a muitos milhares de pessoas começando pelos maiorais das ganadarias que tomam conta dos toiros, o  maioral é aquele que mal nasce o sol na Lezíria vai logo ver um estão os toiros, isto é bonito de se ver.

João José Remigo Carvalho ao lado de um poster grande de uma dinastia ao qual admira bastante, a Dinastia Ribeiro Telles.
Uma pequena amostra das lembranças de toureiros que João José Remigio Carvalho tem na sua mini tertúlia.
Vasta literatura taurina que João José Remigio Carvalho tem na sua mini tertúlia.

Comentários

  1. eu conheço muito bem este amigo e aficionado.Ele sabe quem eu sou.
    Todos os anos que vou às corridas de Toiros na Nazaré nos encontramos e partilhamos amizade e culto da aficion.Um abraço ao mestre João desde o Canada.Em breve nos voltaremos a reencontrar.
    Rafael Marcelino

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