Noite de estrelas sob o signo do par de bandarilhas

Tauromaquia: Corrida mista com muita aficion em mais uma casa cheia no tauródromo nazareno

Reportagem de Bruno Paparrola e Joaquim José Paparrola

Realizou-se no passado dia 6 de Agosto na Praça de Toiros do Sitio da Nazaré, uma grandiosa corrida mista. Perante um recinto completamente lotado, em praça estiveram os cavaleiros Joaquim e Marcos Bastinhas, os matadores de toiros António Ferrera e Luís Vital “Procuna”. Pegaram os forcados amadores de Montemor três dos sete dos toiros da ganadaria de São Torcato.



Abriu praça o cavaleiro Joaquim Bastinhas, que teve uma lide bem alegre e de ligação ao público. Desenvolveu a sua primeira actuação baseada na muita experiencia elegendo com critério os terrenos do toiro, para depois em sorte frontal cravar ferros de mérito tirando partido da sua montada de nome “Queimadouro”. Bastinhas teve pela frente um toiro que se tentava refugiar nas tábuas no início da lide, porém o cavaleiro de Elvas conseguiu contrariar-lhe a querença. Culminou a sua boa lide com um grandioso par de bandarilhas, ao grande estilo de Joaquim Bastinhas.



Em segundo lugar lidou o cavaleiro Marcos Bastinhas, que protagonizou para nós a melhor lide a cavalo dessa noite. Marcos atravessa um grande momento, tendo boas prestações nas suas últimas corridas e na Nazaré não fugiu à regra. Teve uma actuação bastante positiva, sentiu-se a gosto perante um toiro que colaborou, tendo estado bem nos terrenos que pisou para depois indo de frente montando o cavalo estrela da sua quadra de nome “Nilo”, dando uma ligeira batida ao piton contrário cravar de alto a baixo os ferros curtos. Para finalizar a sua lide em grande cravou um ferro “violino” e um estrondoso par de bandarilhas em terrenos já apertados. Bom triunfo de Marcos Bastinhas.



Em terceiro lugar lidou o matador de toiros espanhol António Ferrera, que teve pela frente um toiro sem as mínimas condições de lide para que o diestro de Badajoz pudesse triunfar, um toiro completamente desinteressado o qual pareceu-nos estar lesionado. No tércio de capote logo deu para ver a reacção do matador de toiros António Ferrera, acenando com a cabeça como a dar pela falta de qualidade desse toiro, lanceando o toiro que investia pouco e não se fixava no capote. No tércio de muleta mais do mesmo, Ferrera citava com a muleta mas o toiro a não corresponder ao toque da mesma, não facilitando o labor do matador de toiros espanhol. Na sua segunda lide tudo mudou, perante um toiro com transmissão e que humilhava bem, António Ferrera começou por lancear de capote executando boas séries de “verónicas” e “chicuelinas”, com este toiro sim a fixar-se no capote. Nas bandarilhas esteve soberbo, citando de largo adornando-se e de alto a baixo a cravar os pares de bandarilhas que puseram em completo delírio, os aficionados presentes na Praça de Toiros do Sitio da Nazaré. Na muleta pôde explanar o seu melhor toureio, diversificando os “passes” tanto pela direita como pela esquerda, rematando uma faena muito templada com vistosos “passes de peito”. Triunfo obtido nesta sua segunda prestação perante um toiro que deu para António Ferrera estar ao seu melhor nível.



Em quarto lugar actuou o matador de toiros moitense Luís Vital “Procuna”, que veio novamente à Nazaré triunfar com duas excelentes prestações. O matador Moitense “Procuna” começou bem no capote com uma bonita série de “verónicas”, dando desde logo para ver que o toiro investia bem pelos dois pitons. Na muleta deu primazia ao toureio pela direita, interligando-se bem a um toiro bastante bravo que deu excelente lide ao diestro moitense, tendo este executado “muletazos” com bastante temple e profundidade. No seu segundo toiro manteve a toada da sua primeira actuação, onde se destacou no tércio de bandarilhas empolgando a aficion com três vistosos pares de bandarilhas (o último em “violino”). Na muleta executou uma faena de muita emoção, ritmada e com muito temple perante um toiro que de bravura tinha muita, e “Procuna” sacou-lhe tudo para mais uma vez conseguir uma lide de triunfo. No que às pegas diz respeito, o grupo de Montemor teve uma noite imaculada conseguido pegar à primeira tentativa as três pegas que executaram. Francisco Borges – grande pega à córnea, consumada à primeira tentativa. António Vacas de Carvalho – boa pega à córnea, consumada à primeira tentativa. Manuel Carvalho – pega segura à córnea, consumada à primeira tentativa.

Nota de reportagem: Pode acompanhar a temporada tauromáquica também no Jornal Região da Nazaré.

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