Nunca senti necessidade de mudar o meu modo de tourear


Entrevista: O cavaleiro português António Ribeiro Telles falou para o “Quiebros e Chicuelinas”.




Este toureiro clássico já leva 27 anos como intérprete de uma dinastia (Telles), que teima em continuar na linha de bem montar a cavalo e do lidar à maneira portuguesa


Entrevista conduzida por Joaquim José Paparrola e Bruno Paparrola



Blog: “Quiebros e Chicuelinas”- Tendo sido o seu pai um grande "Mestre da Arenas", foi através dele que nasceu o seu gosto para ser toureiro? Quando percebeu (idade), que era essa actividade que queria para a sua vida?

António Ribeiro Telles - Claro que o meu pai teve influência, porque desde que nasci que fui criado neste ambiente, e o meu pai sempre foi o meu ídolo. Quando tinha 12 anos toureei pela primeira vez, e acho que desde esse dia percebi mesmo que queria ser toureiro.


“Q. C".- Deste muito cedo se percebeu que a vossa arte de tourear (Dinastia Telles), seria um toureio clássico á Portuguesa, continua a ser da opinião que a vossa forma de tourear é a que mais se adequa á nossa realidade, ou tem outros pontos de vista?

A.R. T- Não sei se se adequa ou não à nossa realidade, sei que é a minha realidade, é a maneira que eu sinto o toureio! Ao longo de 27 anos nunca senti necessidade de mudar o meu modo de tourear, sinto cada vez mais o toureio que interpreto e quero evoluir e melhorar aquilo que sinto e pratico!

“Q. C” - Teremos um António Telles, novamente a triunfar com força pelas praças do nosso país! Quais as suas expectativas para a temporada de 2011?, e como vê a contestação dos anti-taurinos para com a Festa Brava?

A.R.T.- Acho que sim! Trabalho para isso e quero sempre melhorar o meu toureio! Enquanto eu tiver esta ambição, toureio para tentar triunfar sempre, e para que o público que paga para me ir ver não se sinta defraudado!
Em relação aos anti- taurinos, sei que eles são muito menos que nós, os aficionados, mas tenho de admitir que eles estão muito bem organizados e que estão a ganhar alguma força! Só quando todos os aficionados e todos os membros da festa se unirem é que conseguimos fazer valer os nossos direitos! Cada pessoa é livre de gostar ou não, mas tudo na vida tem principios; eu respeito todos aqueles que não gostam de toiros, mas eles têm de me respeitar também a mim! O que seria deste mundo, se todos proibissemos aquilo que não gostamos?


“Q. C”- O cavalo Santarém que lhe tem dado enormes triunfos nos últimos tempos, é um cavalo na linha do que foi o Gabarito e o Sal e Pimenta?


A.R.T- Sim, de facto é um cavalo que me permite ir ao sitio que eu gosto e que saí de lá com facilidade. Está longe de ser o Gabarito, pois o Gabarito foi dos cavalos melhores de toiros de todos os tempos! É dificil ter outro assim! Embora o procure todos os dias! O Santarém ainda é novo, leva 3 temporadas e é um cavalo de sangue! Tenho que esperar por ele pois sei que pode melhorar muito mais.

“Q.C”- Sentiu-se injustiçado pelo facto de não ter saído pela porta grande do Campo Pequeno, na corrida em que alternou e bem com o rejoneador luso-espanhol Diego Ventura, em conjunto com o seu primo, o cavaleiro Francisco Palha?


A.R. T -Não, não me senti injustiçado, já o disse várias vezes, que se tivesse tido o "ATREVIMENTO" de dar 4 voltas no Campo Pequeno tinha saído pela famosa Porta! Mas como não sou de exageros e tenho respeito pelo público, e pela história da nossa 1ª Praça, não usei o "ATREVIMENTO" para dar 2 voltas no 1ºtoiro que lidei nessa noite! Já que as dei no 2º com o público a pedir unanimemente!

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